O padre Emiliano Camilo, Presidente da Academia Guarabirense de
Letras e Artes “Casa Marisa Alverga”, destacou a ausência das lideranças
das academias convidadas para o segundo encontro do MUAP (Movimento Unificado
das Academias Paraibanas), ocorrido em Sapé no dia 14 de setembro, tendo como
anfitriã a Academia Sapeense de Letras, Artes e Cultura. “Por aparente
desinteresse da maioria, nós somos frágeis enquanto movimento coletivo de
produção cultural, e não é justo que só alguns compareçam a esses encontros,
onde perdemos nosso tempo porque as propostas não avançam, justamente pela ausência
da maior parte dos presidentes das academias”, afirmou ele. O padre Emiliano apresentou
proposta da realização de outro encontro, que seria determinante para a
continuidade do movimento. “Se não alcançarmos quórum qualificado de
presidentes de academias nessa reunião, deveremos repensar sobre a continuidade
do movimento”, exprimiu o padre. Após debate entre os presentes, ficou marcado
para o dia 9 de novembro a próxima e, talvez, derradeira reunião do MUAP, ainda
na cidade de Sapé.
Estiveram
presentes Neide Nogueira, Ana Maria Almeida e Sérgio Beltrão, de Sapé, Fábio
Mozart, de Itabaiana, Padre Emiliano Camilo e Elias dos Santos, de Guarabira,
Edielson Gonçalves de Bayeux, Manuel Batista de Mari e Goreth Mangueira, de
Santa Rita. O cordelista Fábio Mozart, Presidente da Academia de Cordel do Vale
do Paraíba e integrante da Academia Bananeirense de Letras e Artes, justificou
a ausência da Presidente da entidade, professora Terezinha Coutinho, por ter
mobilidade física reduzida, sendo representada na reunião pela confreira Ana
Maria Almeida.
Fábio
Mozart, afirmou que a ausência de alguns não pode ser motivo de
desmotivação. Em seguida, apresentou proposta de projeto comum de ações
culturais para circulação entre as academias. Cada academia apresenta seu
programa para intercâmbio (sarau, lançamento de obras, música, espetáculos
cênicos, palestras, apresentação de corais, bandas e grupos folclóricos, roda
de capoeira, exposição de livros e realização de cursos breves), onde cada
academia montaria seu calendário para circulação.
Manuel
Batista sugeriu a montagem de um projeto “guarda-chuva”, reunindo todas as
academias, para realização da circulação proposta por Fábio Mozart, com recursos
de editais públicos de apoio cultural e patrocínio da iniciativa privada,
buscando ainda parcerias com universidades e outras instituições. Para ele, as
academias não devem ser apenas locais de livros e velhos, conforme afirmou um
intelectual brasileiro, e sim instituições vivas, que possam dialogar com os
poderes públicos na busca de mudança da realidade educacional e cultural dos municípios,
citando a cidade de Mari, que está entre as quatro piores no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em contraposição, o padre Emiliano
afirmou que não é papel das academias de letras ir de encontro às autoridades,
porque não é sua atribuição oferecer qualidade nos serviços públicos, e sim
função dos municípios, estados e Governo Federal.
Ao
final do encontro, foi oferecido coffee break aos presentes, que ainda receberam
botton da Academia Sapeense de Letras, Arte e Cultura, presenteados pela
confreira Ana Maria Almeida.
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